segunda-feira, 24 de março de 2014

Fácil é dizer...

É fácil dizer-se apaixonado
Infelizmente é fácil descrever com palavras sentimentos tão preciosos 
Difícil é o ato de ser sensível ao ponto de sentir o toque dos sentimentos na alma 
O beijo delicado do amor, assim como o pousar de uma borboleta numa flor 
Sentimentos que vão muito mais longe que palavras e sensações
Decisões diárias que tem a força de se manterem vivas por toda uma vida
Se apaixonar é fácil, mas ter coragem pra fazer e ac
ontecer é o difícil
Comparo a uma dança, ou um jogo, onde as regras se aprende após dar o primeiro passo
Não existe uma cartilha em que você possa encontrar as instruções
É vivendo e aprendendo com as decisões diárias, e cada passo dado é um passo sem volta
Talvez seja mais difícil do que se pensa, mas a sensação é de uma brisa suave que sopra o estômago
Como borboletas carinhosas que beijam-nos a barriga
São sensações delicadas, em meio a um furação chamado paixão
Em meio a solidez chamada amor
É fácil estar apaixonado por um instante, mas fazer desse instante uma vida inteira é o desafio
Vencer as banalidades, superar os conflitos, e sorrir e dançar em meio a chuva
É difícil...
Fácil é dizer-se apaixonado, mas apaixonar-se de fato é que é difícil
Difícil é amar o desafio e fazer dele uma história
Difícil é deixar escapar do acervo de palavras as palavras sinceras
É saber lidar com a sensação estranha de falar e sentir e viver essas palavras
Fácil é dizer-se apaixonado...



Sofia

E então eu ganhei a sabedoria que me faltava 
De olhos azuis e pele clarinha 
Mãozinhas que acariciavam meu rosto 
Respiração leve, como de alguém guardado no colo de mãe
E foi assim, meu sonho, meu tesouro 
O cuidado que veio como um anjo
O amor que cuidava dos meus sonhos 
Leveza de uma criança que nasceu e vive em meu coração 
Foi o início de uma família, a minha família 
Onde a alegria de ser finalmente mãe é você quem vai trazer
Será que dá pra entender?
Já nasceu um amor imenso, amor de mãe 
Amor que já vive ao sonhar com o rostinho de uma princesa 
Pois és minha sabedoria prometida, és o fruto de um sofrimento válido 
Um parto talvez, onde a vida que tive antes já não existe mais 
Alguns sonhos tiveram que morrer
Mas é minha princesa, o meu tesouro
Quem mais almejo e mais sonho 
És sabedoria, és amor, és Sofia 

Te deixei partir...

E então foi assim, desse jeito...
Nossa história começou, no jardim de inverno de uma casa de férias
Parque animado, mãos dadas, dia lindo de ar ensolarado
Assim começou nosso amor, devagar, com a calma de um dia na praia
Um luar iluminado que nos trazia enorme emoção
Eu te tinha nas mãos, teu nome nas batidas do meu coração
Tinha você no meu álbum de fotografias
E então foi assim, nosso começo
Beijos de borboletas, abraços e dias felizes
Mas como toda história de um conto de fadas, havia um começo, mas também um meio
E com pesar digo que houve um fim.
O ponto final inesperado, onde nem mesmo os mais inteligentes escritores de filmes poderiam prever
Houve um fim, um ponto final que me fez chorar
Eu te deixei partir, te vi voar das minhas mãos
Deixei o orgulho me atirar ao chão, e não fui atrás de você
E então, foi assim, desse jeito...
Um história linda, que repartida, somou um zero
Não nos trouxe mais nada, saldo negativo
Porque um dia eu te deixei partir
Te dei o direito da escolha, em respeito ao nosso começo ensolarado
Nosso meio foi de trovões e relâmpagos, chuvas que esfriaram o calor que havia em nós
E por isso, houve um fim
Não enxergamos a brasa que ainda havia, não demos tempo para entender o vento que soprou em nós
Eu te deixei partir, e você se foi pra sempre
E então foi desse jeito, chorando lágrimas de dor
Molhando os papeis dos nossos planos pro futuro
Deixando cair no lixo os sonhos que sonhei contigo
Eu te deixei partir e com você metade de tudo o que um dia sonhamos
E foi assim, eu te deixei partir...

És assim...

És perfeito em suas imperfeições 
O segredo guardado à sete chaves 
Como a brisa tão desejada em dias quentes 
És o amor esperado à beira da janela 

Qualidades,  defeitos, manias 
Tudo é perfeito, em si é perfeito 
Como peças que perfeitamente que encaixam 
Como a chuva que refresca a alma 

És o príncipe do outono 
A primavera doce e leve
És amor, paixão e quero mais 
Lembranças que a toda hora volta, vive, existe 

És perfeito em suas imperfeições
O ouro que envolve a aliança de compromisso 
O beijo inesquecível com cheiro único 
És o amor contato nas páginas do meu livro...

sábado, 22 de março de 2014

As flores retornam

E então todo aquele amor fugiu pela janela aberta dos conflitos
Se pode ver a intensidade esvair-se dos olhos da menina
Dias sofridos, dias de lágrimas... Acabaram por fim
Fácil não foi, mas uma hora deixou de existir
Aquele amor tão imenso acabou desabando, adormecendo talvez
Hoje é apenas lembranças, fotos apagadas da memória do computador
E quem um dia tanto chorou, tanto lutou, acabou ficando com os sonhos que serão pouco a pouco esquecidos
Como devaneios de uma tarde ensolarada que deixa de existir após uma forte tempestade
Os raios de sol voltaram a aquecer as páginas do diário pessoal da guria
As flores voltaram a fazer parte do seu dia a dia...
Flores vermelhas... Ganhada por outras mãos...
E então todo aquele amor virou cinzas, queimou tanto que foi consumido
Não foi como ela queria, não foi como ela sonhou
Mas o fruto de tanto choro foi válido, sabedoria...
A janela foi aberta, e o amor escapou
Mas a primavera sempre volta um dia
E as lágrimas sempre servem para regar o jardim
Então, não se pode desanimar... Por que uma hora ou outra as flores retornam
E aquela janela aberta pode lhe proporcionar uma brisa deliciosa...

quinta-feira, 13 de março de 2014

Dia de chuva

Viajando num ônibus lotado
E os pensamentos apenas nos pingos de chuva que escorrem pela janela
Músicas românticas, olhos marejados
Um dia de chuva
O vento gélido leva as folhas soltas das copas das árvores
Deixando no ar o aspecto de cidade abandonada
Paisagens vazias que não me enchem os olhos
Dia frio, dia solitário
Num ônibus lotado
Numa relação íntima caneta-papel
Choro escondida
Mágoas que voltam à tona
Nesse dia de chuva
Lágrimas que regam o deserto do meu coração
Frio intenso, amargura dolorida
Nesse dia de chuva...

Metamorfose

Eu que ontem fui lagarta, hoje conheço um novo mundo
Meus olhos tão cegos, uma vida tão limitada
Imposta por padrões que não sei quem inventou
Morbidez, fraqueza, tudo sempre tão igual, tudo tão cinza...
Eu achei que havia acabado, me isolei num canto escuro... e doeu...
Acredita em mim, doeu...
Mas o tempo passou e chegou a hora de revelar a mudança
A transformação aconteceu e eu simplesmente me deixei sair
Voei, voei alto, voei longe...
Alcancei lugares lindos, coloridos...
Pousei numa flor vermelha, me deixei entorpecer pelo doce aroma
E valeu a pena...
Expandi meus horizontes, usei as asas que Deus me deu para voar
Ganhei o céu...
E hoje flutuo meliflua acima da dor que tive que passar
Toda mudança exige a renuncia, implica em dor e requer coragem...
Abra os olhos... chegou a hora da metamorfose...
Se permita...