quinta-feira, 24 de abril de 2014

Revira-voltas de um passado desenhado em espirais

Foleando as páginas amareladas dessa história que é passado
Tateando inconscientemente e desenhando nas pontas dos dedos o sofrimento unilateral de um amor falido
Viajo chorando para o mundo das lembranças
Onde vezes sufocada sou traída pela minha memória e sua inabilidade de reconstituir com clareza as cenas há muito vividas
Como as pontas de uma bailarina numa música ritmada, calculo vagarosamente os passos a serem dados
As páginas em branco um dia amarelas ficarão e seu conteúdo não pode ser desprezivelmente choroso
Não... Eu não admito...
Uma pausa, por favor
Deixe-me respirar
Essa atmosfera de amores doentios é prejudicial a saúde
Então, sentada numa caverna escura, deixo meus dedos tornarem-se estáticos por um breve momento
Parando aos poucos de vasculhar os espirais infinitos do passado
Deixo-me estar, pensar, acalmar
E quem disse que é todo coração que suporta esse furacão chamado amor?
Alguns tem a inabilidade terrível de nunca se regenerar
Vivendo por toda vida uma única história de amor
Ainda que torta, a fita dessa história vai e volta
O amor é transformado em lembranças multi-saborosa, com pitadas de doçura, e trite gosto amargo
Mas jamais deixada de lado, afinal, o que provocou toda essa revira-volta é significante demais para não ser lembrado infinitamente...

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